Se há apenas alguns anos o controle do dinheiro parecia estar muito mais nas mãos de gerentes de bancos do que dos clientes, hoje esse cenário é bem diferente. E vai continuar mudando. Por isso, é hora de entender o que é open banking.
Trata-se de um conceito em que a relação entre clientes, bancos, financeiras e demais empresas é mais livre. É uma forma de troca de informações e de acesso a serviços onde o foco não será no lucro dos bancos, mas na experiência e customização dos produtos para ter clientes fidelizados.
Isso acontece porque, pouco a pouco, o mercado financeiro do Brasil vem amadurecendo e ganhando novos concorrentes. Além disso, empresas com serviços menos burocráticos e disponíveis para mais classes faz com que as grandes instituições revejam seu posicionamento.
Uma das mudanças mais recentes é a implementação do Open Banking, liderado pelo Banco Central. Neste artigo, vamos te explicar o que é este conceito e como ele pode mudar sua relação com o dinheiro, na prática.
Vamos lá?
O que é Open Banking?
A tradução literal para Open Banking seria “banco aberto”, que representa a ideia de romper as barreiras entre as instituições financeiras. Na prática, é uma forma mais simples e rápida de se relacionar com bancos, financeiras e fintechs.
O principal objetivo do Open Banking é permitir que os clientes tenham acesso a mais serviços e a negócios mais personalizados, fora da instituição onde possuem conta. Além disso, eles têm a liberdade de levar suas informações para onde acharem melhor.
Como funciona o Open Banking?
O Banco Central possui uma relação de instituições financeiras autorizadas a atuar no Open Banking. Através dele, você pode consultar informações de produtos e serviços de outros bancos com mais agilidade.
Essa praticidade acontece porque você passa o histórico, saldo ou perfil de investimentos da instituição onde possui relação hoje. O banco, financeira ou empresa do seu interesse vai acessar esses dados e te passar algo que vá de encontro com o que você precisa.
A troca de informações acontece somente sob a sua autorização e o acesso aos seus dados pode ser cancelado quando quiser.
Para você ter ideia de como é essa relação no open banking, ela é parecida quando você se conecta a sites e aplicativos por meio do seu Facebook. Sempre que aparece essa opção de cadastro, você escolhe quais informações aceita passar ou não, certo?
Pois bem, essas plataformas se conectam com os seus dados do Facebook através de uma tecnologia padronizada. É uma linguagem em comum, que permite não só a troca de informações, mas que elas sejam interpretadas corretamente.
Dessa forma, as instituições financeiras vão se comunicar via APIs (Application Programming Interface) abertas, como explicaremos a seguir.
O que são APIs no Open Banking?
O Open Banking tem acesso às APIs, mas isso não significa que qualquer empresa terá acesso aos seus dados.
Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos é a padronização de como as informações são compartilhadas. É a ponte que permite essa comunicação entre diferentes participantes do mercado.
Para que se crie essa ponte, as APIs precisam ser abertas. É o que acontece com o Google Maps, por exemplo. Através da API aberta, outros sites e plataformas, como a Uber, usam o mapa para seus serviços.
Isso quer dizer que qualquer empresa vai ter acesso aos seus dados? Não. O Banco Central autoriza quem participa do Open Banking, até porque precisam atender a uma série de critérios, inclusive de camadas de segurança.
No entanto, essas empresas podem fornecer alguns dados a outras terceirizadas para operarem no mercado. Mas é de responsabilidade delas sobre o que compartilham.
Quais os benefícios do Open Banking?
O Open Banking começou a ser implantado ao longo de 2021 no Brasil, mas já vem sendo usado em outros países, como Inglaterra e Austrália. A expectativa é de trazer benefícios aos clientes e ao mercado:
- Liberdade para escolher os serviços e produtos que mais se encaixam nos seus objetivos, independente da instituição financeira;
- Você pode ter mais controle sobre o seu dinheiro, as tarifas que paga, como investe, etc.;
- Pode haver o aumento da concorrência entre bancos, financeiras, fintechs, que vão buscar oferecer a melhor experiência com algo mais personalizado;
- Passar seus dados de uma instituição para outra pode ajudar a fazer um bom negócio com base no seu histórico de pagamento, consumo e investimento;
- É uma oportunidade de economizar, contratando serviços mais em conta, além da possibilidade de redução de preços por causa da concorrência;
- Existem critérios e regras sobre quem vai fazer parte do Open Banking e quem pode ser banido dele por mau uso das informações;
- Como forma de segurança, a instituição financeira perde acesso às suas informações depois de 12 meses.
Quais serviços podem ser feitos a partir do Open Banking?
O Open Banking oferecerá serviços unificados entre as instituições, o que fornecerá opções interessantes para o público.
De acordo com o Banco Central, diversos serviços poderão ser oferecidos pelo Open Banking. Entre eles estão:
- Comparadores de serviços e de tarifas para você consultar, sem precisar entrar em contato com cada empresa. Isso vai ser possível porque, quando um banco tem autorização para acessar informações de outra instituição, ele também precisa passar dados sobre os serviços que possui;
- Aplicativos de aconselhamento financeiro e planejamento familiar. Isso vai permitir que a sincronização dos dados do seu banco sejam atualizados automaticamente, permitindo um controle melhor dos seus gastos e orçamento;
- Marketplace de crédito, com opções de crédito, tarifas e condições, em que você pode fazer uma pré-seleção das instituições de seu interesse;
- Pagamento via mídias sociais, agilizando as operações para instituições.
A implementação do Open Banking foi dividida inicialmente em 4 fases, em que as duas primeiras eram de preparação das instituições participantes. A princípio, não haverá cobrança para os clientes por parte do banco ou financeira que possui suas informações.
Pode haver, no entanto, algum custo para obter algum serviço adicional ao solicitado. Ou pode existir uma cobrança entre as instituições. Tudo vai ser avaliado e atualizado pelo grupo de trabalho do Open Banking.
Vale lembrar que não é preciso baixar aplicativo para ter acesso aos serviços do Open Banking. As próprias instituições devem trazer novidades em seus sites e aplicativos, além de plataformas que agregam o universo das finanças.
O que você acha do Open Banking sobre sua relação com o dinheiro? Deixe sua impressão nos comentários e fique de olho para mais novidades aqui no blog da Financeira Alfa!